Acolhimento afetivo


A entrada da criança no berçário vai depender de cada família. O momento adequado para que ela inicie, mas de uma maneira geral existem alguns aspectos que precisam ser citados, pois ajudarão os pais a compreender o que se passa na cabeça da criança nesta fase, facilitando o processo de adaptação. 

A entrada da criança no berçário costuma gerar sentimentos contraditórios por parte dos pais. Apesar de conscientes da escolha feita, e podem sentir-se inseguros e culpados por pensarem estar "abandonando" o filho no berçário. A cobrança de que a mãe deva estar por perto dos filhos todo o tempo é muito grande por parte da sociedade, e, por mais racional que tenha sido a escolha, haverá momentos em que a angústia irá dividi-la. Este sentimento pode ocorrer na fase de adaptação e em outras situações mais adiante. Com o passar do tempo, a confiança no berçário vai se firmando e ficará mais fácil confiar o filho aos cuidados da instituição escolhida.

Da mesma forma, a criança também pode alternar a vontade de estar entre outras em um espaço lúdico e rico em materiais e novas descobertas e o medo do desconhecido, natural entre as pessoas. Ela vai observar, atentamente, as atitudes dos pais para ter alguma referência sobre como deve se comportar.

Toda a família deve se preparar para a fase de adaptação, que pode durar poucos dias ou se prolongar por mais algum tempo. Algumas dicas poderão servir nesta etapa:

• A criança deve ser incentivada a ir ao berçário.

• A família deve falar disto com animação.

• Devem ser evitadas longas explicações que possam gerar insegurança ou desconfiança.

• É fundamental levar a criança para conhecer o berçário antecipadamente e deixá-la se ambientar durante algum tempo, à vontade.

• É preciso tomar cuidado com as mensagens contraditórias (como por exemplo, oferecer recompensas pela ida ao berçário, tratá-lo como "coitadinho" por estar tendo que acordar cedo para sair ou outros motivos quaisquer).

• Os pais precisam conseguir um tempo flexível para ficar no berçário durante o processo, de acordo com a orientação da coordenação. Havendo revezamento entre os pais, ou se precisarem contar com a ajuda de outra pessoa, ela deve ser muito familiar à criança e  deverá estar a par das orientações do berçário quanto ao período de adaptação.

• Será preciso que compreendam que o choro na hora da separação é muito comum e que ele não significa necessariamente que a criança não queira ficar no berçário. Às vezes o choro também pode vir mais tarde, ou seja, depois da primeira semana de adaptação quando perceber que o berçário vai realmente fazer parte do seu dia a dia.

• Da mesma forma, a ausência de choro muitas vezes também não quer dizer que ela não esteja sentindo a separação.

• Evitar comentários sobre as atitudes da criança na sua frente.

• A criança deve ser levada caminhando e evitar o colo, desta forma ser entregue à educadora. É sempre mais difícil sair do colo de alguém conhecido.

• É preciso que procurem ser carinhosos e firmes, sem demonstrar dúvidas sobre se ela vai ficar bem.

• É muito importante, ainda, que os pais se lembrem de que cada criança é única, e que, assim, cada período de adaptação será também único e individual. Evite fazer comparações entre a adaptação de coleguinhas ou irmãos.